terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus

Beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus
Agendada para 21 de Maio de 2011

21 de Maio de 2011 foi o dia escolhido, pela Sé Apostólica, para a beatificação de Maria Clara do Menino Jesus, que acontecerá no Estádio do Restelo, em Lisboa, cidade onde morreu a nova beata. Espera-se um significativo número de participantes, não só de Portugal, como delegações dos 14 países onde se encontra a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), fundada pela Irmã Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899) e pelo Padre Raimundo dos Anjos Beirão (1810-1878). Depois de, no passado dia 10 de Dezembro de 2010, Bento XVI ter assinado o Decreto de aprovação do milagre, operado por Deus em D. Georgina Troncoso Monteagudo, atribuído à intercessão da Irmã Maria Clara, só faltava o anúncio da data da beatificação.

História Breve

História Breve
Irmã Maria Clara do Menino Jesus


Começa aqui o nosso contar.
É a história de Libânia: 15 de Junho de 1843. Nuno Tomaz de Mascarenhas Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque e D. Maria da Purificação de Sá Carneiro, os pais, na serenidade de uma profunda alegria e grande amor, acolhem o nascimento da menina como dom inestimável.
Nuno e Emília Carolina enriqueciam já a família da Quinta do Bosque, na Amadora. Agora, a pequenina Libânia traz consigo novo enlevo.
 Se a ascendência lhe dá nome entre os grandes, mais importante é o de cristã que o Baptismo lhe vai conferir.
Ao colo da madrinha, D. Libânia do Carmo Abranches Ferreira da Cunha, recebe a água lustral pela mão do pároco, Pe. Jerónimo, no dia 02 de Setembro de 1843. Os sinos da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, de Benfica, repicam e celebram a entrada de Libânia no seio da Igreja.
Serena e harmoniosamente cresce Libânia do Carmo. A casa do Bosque é grande e assiste ao seu despertar para a vida. Tudo é novidade e interesse; e o que fazem os crescidos tem nela perfeita imitação. Ler, contar, as lições de doutrina activam-lhe a curiosidade.
A família vai crescendo. Veio depois a Matilde Henriqueta, o Carlos, o Henrique... E o Ruisinho está para chegar. Com eles mora também - e agora já em Lisboa – o tio João. Será também aí que ela assistirá, em 1855, à sua morte e à do maninho mais pequeno, o Rui.

Pedaços de dor semeados no seu adolescente coração. E maior sofrimento o cobrirá, um ano depois, quando doença incurável lhe levar a mãe e, em Dezembro de 1857, a peste lhe arrebatar o pai.
Dois meses antes, havia entrado no Internato do Palácio da Ajuda. A acção das educadoras, as Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, francesas, ajuda-la-á a sarar as feridas e a preparar-se para os altos e baixos da vida. Cinco anos de estudo, reflexão, trabalho e oração cimentam a sua rica personalidade, novamente ferida pela expulsão das Mestras, em 1862.

Determina-se a aceitar, então, o convite para morar com os Marqueses de Valada, grandes amigos de seus pais. A vida de sociedade, ao lado destes parentes, preenche os seus dias. "A mocidade passada no fausto da opulência, entregue aos frívolos prazeres do mundo" não satisfazem o seu bem formado coração.
É esta inquietude que a conduz ao remanso do Pensionato de S. Patrício, em Lisboa. Aí conhece o Pe. Raimundo dos Anjos Beirão. Abre-lhe a alma e apresenta os problemas... Os conselhos vão-lhe iluminando o caminho, mas não vê fácil segui-lo.

O mundo social traz-lhe obstáculos; e vencê-los comportará muita coragem.
Rompe com tudo e decide: Consagrar-se-á a Deus e ao serviço dos necessitados. Trocará a vida mundana pelo hábito pobre de serva. Deixará o nome ilustre e será sempre Ir. Maria Clara do Menino Jesus.
Seguirá o Mestre e Senhor que lavou os pés aos apóstolos, acolhendo os pobres e esquecidos, os doentes e os fracos, as crianças e os sós. Funda, para isso, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
Estamos no dia 03 de Maio de 1871.
A nova forma de viver vai atraindo outras seguidoras. São já bastantes. Quer a aprovação de Roma, para este estilo de vida. Expõe o sonho evangélico do seu coração, esboça planos de misericórdia, apresenta intenções de bem fazer.
Que o Santo Padre abençoe os seus propósitos de pobreza e vivência da vida fraterna... Na lentidão das comunicações daquele tempo, a rapidez do Sim papal surpreende os nossos tempos. Feito o pedido em Novembro de 1875, a 27 de Março de 1876, a nova Congregação é já de direito pontifício.

Quem de seu nada possui tem de confiar na Providência. Precisamente em situações de extremo, a mão de Deus abre-se dadivosa “a saciar quem n’Ele põe a sua confiança”. Chegada a hora do jantar - diz a Cronista – nada há para comer. A Mãe Clara, com tristeza, diz: "Minhas Irmãs, hoje, Nosso Senhor não nos deu nada com que preparar a ceia". Ninguém ficou perturbado e todas saborearam o bocado de pão seco.
Momentos depois, batem à porta. Uma senhora manda entregar um cesto cheio de várias iguarias.

Só o coração pobre é disponível para os outros. Atendê-los, cuidar de crianças, amparar velhinhos, tratar doentes, acolher os órfãos é tarefa que não deixa descansar esta Irmã dos pobres. "Possuía um coração todo ternura e bondade, todo compaixão e caridade. Dir-se-ia que estava em contacto íntimo com o coração de Cristo".
A todos dedica o seu tempo, cuidados, favores e economias. Nunca o seu coração dói tanto como quando não pode estender a mão aos que sofrem nem enxugar as lágrimas dos que choram.


neste envio para Angola, em 1883, e depois Índia, Guiné e Cabo Verde, há-de ser tecida abnegadamente por mãos generosas e fiéis.
Os fios da coragem e alegria, da devotação e humanidade, da fé e muito zelo, entrelaçados nos mil perigos e canseiras oferecerão a povos de outros rumos a manta cardada do amor e a tenda do abrigo e da esperança. Vida fecunda no seu dar-se, abrindo fronteiras a toda a caridade, a Ir. Maria Clara avança para uma nova Páscoa.

Apesar da sua extraordinária fortaleza de alma, de toda a vitalidade do espírito, os sinais do fim aproximam-se.
Doença vivida há vários anos agrava-se, agora, sem recuperação. Uma lesão cardíaca, acumulada de congestão pulmonar, arrebata-a da terra. É o dia 01 de Dezembro de 1899. À dor das Irmãs junta-se a dos seus pobres e amigos. Durou três dias a devota peregrinação de fiéis. Querem ver, pela última vez, essa mulher extremamente caritativa... e suplicar-lhe que, lá do céu, vele por nós.

Vida transformada, a gerar viVida transformada, a gerar vida noutras vidas. Grão de trigo, a dar fruto pela força do Espírito. Seiva interior, a pulsar generosidade nos que seguem o seu ideal... Pegadas profundas do viver da Mãe Clara fazem hoje caminho para muitos, continuando a sua acção.
E, quantos mais obreiros no seu seguimento, mais este mundo será feliz, pela bênção do Evangelho, vivido e anunciado.da noutras vidas. Grão de trigo, a dar fruto pela força do Espírito. Seiva interior, a pulsar generosidade nos que seguem o seu ideal... Pegadas profundas do viver da Mãe Clara fazem hoje caminho para muitos, continuando a sua acção.
E, quantos mais obreiros no seu seguimento, mais este mundo será feliz, pela bênção do Evangelho, vivido e anunciado.


 Secretariado Madre Maria Clara do Menino Jesus
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